Espinha Bífida (Mielomeningocele)

O que é a Espinha Bífida?

A espinha bífida é um defeito do nascimento que envolve a coluna vertebral. A coluna não se desenvolve completamente durante o desenvolvimento no útero da mãe. A espinha bífida é um tipo de malformação do desenvolvimento do tubo neural. Existem vários tipos de defeitos do tubo neural, podendo ser fechados (disrafismos ocultos) ou abertos (mielomeningocele).

Quando o bebê tem a espinha bífida, o osso da coluna não se desenvolve normalmente. Em consequência, esses bebês têm uma abertura da pele com exposição do tecido nervoso na região das costas, no meio ou na parte baixa das costas.

A espinha bífida pode vir acompanhada de vários problemas a depender do nível que a medula está exposta. De uma forma geral, os problemas podem ser:

• Fraqueza ou mesmo paralisia completa nas pernas;
• Perda de sensibilidade nas pernas ou na metade inferior do corpo;
• Problemas nos pés, joelho, calcanhar, pernas ou coluna vertebral;
• Dificuldade de controle de urina ou fezes;
• Problemas no aprendizado, atenção ou memória.

Muitas crianças com espinha bífida também têm uma condição chamada hidrocefalia, que é o acúmulo de líquor dentro do crânio.

Qual a causa da Espinha Bífida?

Geralmente, a causa da espinha bífida é desconhecida. Entretanto, está muito associada à deficiência de ácido fólico durante a gestação. O ácido fólico é uma vitamina utilizada no desenvolvimento do sistema nervoso e de outras partes do corpo.

Existe um exame para diagnosticar a Espinha Bífida?

Sim. No quarto mês de gestação, a mulher pode realizar um exame de sangue que investiga a chance de seu bebê ter a espinha bífida. Se esse teste mostrar que o bebê tem a espinha bífida, é solicitado um exame de ultrassonografia. Esse exame pode confirmar se o bebê tem a espinha bífida. Após o nascimento, a inspeção das costas do recém-nascido é suficiente para dizer se há mielomeningocele.

Como a espinha bífida é tratada durante a gestação?

Alguns centros especializados oferecem a cirurgia fetal. Através de um procedimento fetal, o defeito no tubo neural pode ser corrigido antes do nascimento. No entanto, esse tipo de procedimento tem risco tanto para o bebê quanto para a mãe.

As mães com bebês que tem espinha bífida necessitam de mais exames e maior acompanhamento durante a gestação. O parto deve ser realizado em centros com experiência nesta condição.

Como a espinha bífida é tratada após o nascimento?

Logo após o nascimento, seu bebê necessitará de cirurgia para fechamento da abertura nas costas. Até o momento da cirurgia, a área deve ficar protegida com gazes e compressas úmidas. Além disso, são administrados antibióticos para prevenção de infecção. Recém-nascidos com espinha bífida devem ser investigados para hidrocefalia. Isso pode ser feito facilmente através de um exame de imagem como ultrassonografia do crânio, tomografia ou ressonância magnética. O perímetro cefálico também deve ser acompanhado diariamente para identificar uma alteração precoce no tamanho do crânio, que pode estar associado a hidrocefalia. Algumas crianças vão necessitar de outra cirurgia para tratamento da hidrocefalia através de uma derivação ventrículo-peritoneal. Outros tratamentos vão depender dos problemas do seu bebê. O tratamento da espinha bífida é para o longo prazo. Muitas crianças com espinha bífida:

• Usam cadeira de rodas ou órteses nos membros inferiores para auxílio no deambular;
• Usam sonda vesical para esvaziar a bexiga da urina, caso haja disfunção vesical. Isso ajuda a prevenir infecção urinária e problemas nos rins;
• Necessitam de cirurgia para correção das pernas;
• Necessitam acompanhamento devido problemas de aprendizado.

A Espinha Bífida pode ser prevenida?

O uso de ácido fólico durante a gestação pode prevenir alguns casos de espinha bífida. O ideal é que a mulher já esteja tomando o ácido fólico antes da gestação, quando ainda está em programação de engravidar.

As mulheres que fazem uso de medicações anticonvulsivantes necessitam de uma dose de ácido fólico extra.

Como será a vida do meu bebê?

Isso depende da situação individual de cada criança. Atualmente, as crianças que nascem com espinha bífida vivem mais e melhor que antigamente. Para melhorar a qualidade de vida dessas crianças é necessário uma atenção multidisciplinar com médicos, enfermeiros, fisioterpeutas e outros profissionais. Vai requerer muita atenção e dedicação dos pais.